sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

...Soneto Frio da Madrugada

Qdo o frio da madrugada me assola,

Deita e rola dentro de mim, a pineal,

Entra em férias o córtex frontal, férias indeterminadas...

Qdo o frio da madrugada vem...



O frio da madrugada tem o odor de sal gelado,

Sal que derrete o glacial, e conserva a íntima geada...

Qdo o frio da madrugada vem...



Deitam lágrimas de halita

Enquanto eu, insone e aflita

Espero o fim , do frio da madrugada...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

...imperadores

é, ele morreu... se foi... e eu fiquei...
é, ele também, se foi... e no íntimo e profundo do que sou, tem que morrer...
imperadores sempre se vão...
com glória, luto, perda, dor...

Deixam pesado o que sopravam leve, qdo te carregavam no colo...
Deixam a ausência como uma chaga aberta...
Deixam imagens em preto e branco e ou páginas coloridas de livros de historinhas com desenhos pueris fora do alcance da mão...

Eu jamais quis imperar...
Eu jamais quis...
Vida não muito gentil, que me empenho em tentar ignorar...

imperadores, sempre se vão...
e os cacos ainda frescos da últma cola, se espalham  novamente pelo chão...

e a alma rola por entre os cacos, e sangra em solidão sem fim...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

...Te Dedico

Fui como você um dia....


Me resguardei numa couraça pois, o mundo me fora cruel e impiedoso.... Vivi meus dias atravessando paredes, diluindo-as com minha acidez mordaz... E protegendo com espadas, não com afagos, meus bens de valor... Nutria pois, um imenso orgulho disso...

Ignorei a beleza do simples e do pueril, sufoquei lembranças, desmereci valores, pois poderiam causar rombos pérfuros em minha armadura e me deixar vulnerável pelos flancos, já que meu elmo tão seguro, só me permitia ver o que havia pela frente...

Fui um guerreiro impecável, venci batalhas, sangrei inimigos, ou civis pelo caminho, em nome da minha segurança... E dos meus...

Minha orbe se perdeu da cor, do brilho, do encanto, da generosidade e da graça...

E acreditei que era o caminho...

E mundo me cobrou...

Me tirou tudo o que eu tinha de mais precioso, paguei o preço pela força, pela couraça e pela segurança da ausência da dor, com um vácuo e uma falta inconsistente...

Meus tesouros mais bem guardados, se foram, criaram pernas próprias, me abandonaram... Eu já os havia abandonado bem antes, confesso, em nome da couraça, sem me dar conta... Justificando a proteção...

Perdi tudo em nome do medo da dor e do preço pela couraça...

O mundo me arrancou, não o mundo, pois ele não é um velhinho de barba castrador, o mundo se faz presente na terceira lei de Newton... Logo, arranquei meu ar, minha essência e me perdi do que era, somente por medo da dor das perdas, e da segurança, perdi tudo...

Olho pra você e me vejo em outros tempos... Em dois momentos distintos, contudo meus, em outros tempos...

E temo por ti...

E sofro...

E há medida e limite para todo o sofrimento...

O meu por ti, se aproxima do limiar... É profundo o que vejo abaixo desta linha... E é como se um pedaço de mim, pudesse precipitar-se também...

Embora, eu vislumbre na beira desta soleira funda , um menino, num jipinho de madeira, conversando fabulosamente com um simples e sapiente avô, que ensinava a real e dura vida, atravessada por fábulas doces, para que ao crescer, este mesmo menino, descartasse a couraça que o mundo sórdido lhe tentasse presentear... E pudesse viver o que coubesse em sua essência de fato, e pudesse fazer do mundo, um lugar mais puro e acolhedor... Sufocando o perverso, alimentando o nobre e o auspicioso... Tamanha a inteligência e astúcia que que possuía...

Hoje, após minhas perdas, entendo os atos do mundo, ao me arrancar meus tesouros... Pois teimei em manter meu elmo bem preso à fronte, por conta da segurança que acreditava existente...

Abro minha janela, e ouço o vento, o som dos pássaros... Procuro meus tesouros em vão... Sem o Elmo, no entanto, os enxergo, mas já não os alcanço, tão pouco, as verdadeiras e sutis felicidades que habitam no simples... Entretanto as vejo, elas estão lá...

E dor maior é a de não poder alcançá-las...

E me deparo com a lembrança da menina de longas tranças, perguntadeira, com camiseta de malha e transfer da formiga atômica, que não parava quieta e queria comer o mundo com as mãos se lambuzando e aprendendo e perguntando e futucando... Se banhando em felicidade simples....

E choro prantos sem fim, por não ter entendido antes e após, tão tarde demais, que o elmo, a couraça e a armadura, assassinaram a única e nobre segurança que o mundo me presenteou...

Portanto, não deixe o menino do jipinho de madeira, nem o da foto 3x4, nem as lições do vô Vicente se perderem dentro do ferro que te oprime em nome da segurança e conforto que pseudo te sugerem...

Deixa um arzinho aí dentro pra que eles possam respirar e para que, de alguma forma, vc ainda saboreie e sinta o gosto e o cheiro da verdadeira felicidade... Antes que o mundo te tome teus tesouros, como tomou os meus... Não, me perdoe, eu não desejo que isto aconteça, mas eu temo muito que sim...

Deixo aqui, um relevo da patinha da raposa em tua alma, com os resquícios empoeirados do que ainda me resta da lembrança de meus bens mais preciosos, e te dedico...

Ravenfox...







domingo, 8 de agosto de 2010

...Ru(hu)mores

...Domingo com ares de saudade...


Cheiros de sépia em imagens amareladas pelo tempo...

Flores que se vão...

E um amor profundo e uma doce falta, nos habitam...

Densos...

Contudo, se expandem num vácuo diluído, que não se esvai como areia por entre os dedos, mas que fica, e se torna parte do que há de mais precioso no que somos...

E nos tornamos, expectadores de nossas próprias histórias, embalados pelo afago suave das lembranças que guardamos...

domingo, 1 de agosto de 2010

...Fragmentos Corta Pulso

...meio...
 toda...
 rachada, Penso e me sinto assim...


...como se eu tivesse toda rachada e a qualquer momento pudesse despencar em pedaços no chão...

Me seguro em mim, e no que sou, com força, para compensar o que, não mais, tenho...

E me seguro muito, entre imagens que chocam e apertam e sufocam...

Corro , fujo e hiberno na cabana...

Sem ela, eu despencaria em pedaços...

E ainda sinto o cheiro funesto de corredor terminal de hospital....

é assim que estou, mas regenero...
Espero...

Faz parte do rito de passagem, repito sem trégua, em nome do meu convencimento,
...talvez seja por isso, seja preciso, tanto, ficar quietinha...

menos cara pra bater, menos risco de despencar...

Logo, rogo para que esta equação esteja certa.... Exata!

E, queria mesmo não precisar me mexer por um tempo. Entretanto, infelizmente há vida correndo com o tempo lá fora e ela me obriga a correr...

se não me obrigasse, nem me mexeria...


Só tenho vontade de fugir.... pra dentro de mim mesma...

E, fico lembrando das imagens de trindades profanas, de mãos dadas e bolsas de compras...

E.. Tenho que ficar inteira, segurando os cacos pra não despencarem.

... ir levando e fugir pra casa entre uma garrafa de tanat e um marzinho de zepans...


só por enquanto, até sarar...
Se sarar...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

...Corpo, Alma e Sonho

...Dentro de cada um tem sempre alguma coisa ou história interessante, pra ouvir... e elaborar... mas enquanto raposa, me aprofundar ainda é perigoso... preciso do corvo, porém ele ainda voa observando... ele ainda não quer pousar...




Detalhes que escapam aos olhos, mas que falam à alma...

Alma, é extensão do corpo e do sonho...

corpore anima et somnium...

A trindade mais absoluta que pode existir e tão ignorada e malucada nos dias de escuridão em que vivemos....

todo mundo está malucando e endoidando....

e deixando pra trás o que é essencial...

e é melhor deixar pra trás também, meus devaneios infindos...

um ronin não devaneia, ele só segue....

creio que não tenho sido um bom ronin... mas é justificável, ainda carrego a espada, sou ronin faz pouco... carrego máculas ainda...

um dia, seguirei pelo meio e carregarei um bastão e quem sabe ao atingir o sábio que existe no interno, serei pois, um ronin de mãos vazias...

e meu caminho estará completo... enquanto ronin...

solitário, individual e egoísta como deve ser um guerreiro sem mestre...

mais devaneios...

chega...

pra concluir, me dei conta agora que luto mesmo contra o ronin que desejo ser... mas é justificável sou ronin faz pouco....

preciso rever muitos conceitos....

mas um ronin não revê conceitos, ele só segue...